Que imensa montanha russa,
É o corpo em movimento,
Sobe, desce, faz suas curvas,
Pula, dança, ensoberbece,
Ouve, fala, e não se esquece,
Do que ontem aprendeu!
Que cisne tão gracioso,
Quando delicadamente,
E com gestos silenciosos,
Se faz belo, se faz mudo,
Com acrobacias mil,
Desde um girar pequenino,
De menina ou de menino!
Corpo que cresce desmedido,
Braços longos e caídos,
Em um caminhar juvenil,
Onde já não acham bolsos
Que se encaixem suas mãos.
E descontroladamente,
Caminham trocando as pernas,
Se reencontram entre as cenas,
De seu caminhar senil.
Corpo, quem dera amar-te,
Como templo de beleza única ,
Onde o belo não está na cor dos cabelos,
Onde o belo não está na silhueta perfeita,
Onde o belo não está na cor dos olhos.
O belo, o perfeito, o realizável,
Está no acordo entre o corpo e o proprietário,
De que “deverás cuidar eternamente”,
Da grandeza e fidelidade de teu corpo,
Como único, bem intransponível, verdadeiro.
Assim, é o corpo em movimento!
Dione Gauto
Dione Gauto
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